segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Prestando satisfações!

Ainda sem tempo para postagens de minha autoria!
Em breve botarei as mãos na massa novamente!

Abraços, queridos leitores.

Prefácio


"Por trás da tela, nada. Apenas uma parede. Daí talvez a razão da ignorância muito difundida das coisas do cinema. No teatro, atrás do cenário começam os bastidores: atores em carne e osso surgem aos nossos olhos, desse mundo misterioso, sem dúvida, mas bem próximo. A saída dos artistas não fica longe da entrada do público. Todo amador de teatro conhece alguma coisa das manhas do ofício; sabe a importância respectiva do encenador, do decorador, do desempenho dos atores. Participa da criação do espetáculo e o julga durante os intervalos.

No cinema estamos em plena magia: na noite em que mergulhamos aparecem seres que não existem, mas em cuja história acreditamos, como se vivêssemos sem nada saber dos ritos e técnicas que os fizeram nascer. Não participamos de um espetáculo, sonhamos acordados, e, uma vez acabado o sonho, o espectador sai para a rua como alguém que acaba de acordar. Não julga o filme: gosta ou não gosta; é um pesadelo que ainda o faz vibrar ou um sonho que gostaria de poder prolongar. O próprio enredo se apaga e fica apenas no espírito uma impressão de medo, prazer ou tédio.

Os mistérios do estúdio são mais distantes e mais vedados que os dos bastidores. Suscitam também mais curiosidades e talvez mais paixão. Com que avidez o público se atira às bisbilhotices de Hollywood e aos retratos das estrelas! A publicidade soube desenvolver esse gosto por processos às vezes duvidosos e enfeitiçar o público em torno de uma verdadeira mitologia do cinema. Através dela, os artistas vivem na imaginação dos adoradores num mundo sobre-humano, com ambiente, personagens e leis próprias. É o mundo onde a modesta operária dispõe de uma cozinha equipada como um laboratório, onde a datilógrafa se torna infalivelmente estrela e onde os personagens dos filmes continuam e recomeçam na vida real as aventuras que viveram na tela. "Sullivan's Travels", filme americano, é uma sátira à lenda criada em torno da "gente do cinema". Mostra um produtor que leva à casa, para almoçar, uma extra esfaimada e sem trabalho que vagava em Hollywood à procura da glória prometida, como se sabe, a toda jovem que "quer ingressar no cinema". A primeira palavra da jovem ao entrar no vestíbulo, é: "Onde é a piscina"? Porque é sabido que todo astro ou estrela possui uma piscina particular no jardim, salas com 20 metros de comprimento e dois ou três automóveis de marcas diferentes. Cada gesto ou cada palavra desses semi-deuses é um oráculo; é preciso saber se Gary Cooper se barbeia com água quente ou fria e quais são suas opiniões sobre o futuro do mundo; se Ingrid Bergmann tempera a salada e o que pensa da vida de família. Pos trás da tela os fanáticos intoxicados por certos jornais imaginam um mundo mais artificial em mais falso que o dos filmes, mas em que acreditam mais firmemente ainda.

Esta curiosidade não é, entretanto, malsã. É até o primeiro passo para uma verdadeira cultura cinematográfica que tornaria o espectador apto a melhor compreender e melhor julgar um filme. No entanto, foi explorada pelos comerciantes do cinema numa intenção inteiramente oposta: não se trata para eles de criar espectadores conscientes e de lhes fornecer meios para julgar e preferir a obra prima ao "abacaxi"; trata-se, ao contrário, de criar adoradores de estrelas e fanáticos do mito cinematográfico que trazem sua assídua contribuição à bilheteria e à caixa, sem se preocupar com o valor do filme. O desejo de conhecer os segredos da arte deve levar, ao contrário, a melhor compreendê-la. Um amador de música deve adquirir noções elementares sobre os diferentes tons, sobre as relações da melodia e do acompanhamento. Conhece a construção de uma fuga ou arquitetura de uma sinfonia. Para apreciar um quadro é preciso estabalecer as relações entre o arabesco do desenho e o conjunto dos valores. Ouvindo um concerto ou contemplando uma paisagem, o conhecedor refaz, em parte, com o autor, o trabalho de criação: recompõe o trecho e o quadro. É preciso pensar, uma vez ao menos, em como se faz um quadro ou uma sinfonia para saborear plenamente a obra terminada. Também é necessário saber como se faz um filme para poder apreciá-lo.

Não se trata de romper a magia do cinema, de habituar o espectador a ver sempre e ao mesmo tempo o set e os bastidores. Nada mais insuportável que o espectador entendido que explica a seus vizinhos, durante a projeção, todos os truques de fabricação e não quer acreditar no "Homem Invisível". É preciso acreditar, e deixar-se levar pelo filme. (...) O cinema não é um divertimento como a prestidigitação, que só deslumbra enquanto não conhecemos o segredo de seus estratagemas. Ao contrário. Penetrando os "mistérios do estúdio" e exercitando-nos a análise de alguns filmes, descobrimos no cinema sutilezas e riquezas que escapam ao espectador ingênuo e passivo. E nem por isso se desfaz o encantamento.

Acordar nos espectadores o desejo de aprender a ver um filme, descobrindo-lhe os méritos ou os defeitos, as taras ou as belezas, é o intuito deste livro."

Prefácio do livro "Iniciação ao Cinema" - 2ª edição - 1958 - J.P. Chartiér e R. P. Desplanques - Editora Agir

O bom governo - 06/02/2011 | João Luiz Mauad - O Globo

Sempre gostei de aforismos. Encanta-me a capacidade de certas pessoas para, em poucas palavras, transmitir mensagens para as quais eu precisaria de algumas laudas. Nietzsche disse certa vez: “Minha ambição é dizer em dez frases o que outro qualquer diz num livro, o que outro qualquer não diz nem num livro inteiro.” A coletânea de citações abaixo é dedicada aos novos governantes do país, na esperança de que este pequeno resumo do pensamento liberal possa, se não lhes servir de guia, ao menos fazê-los refletir sobre o real significado de governar.
· “Os governos existem para proteger os legítimos direitos à vida, à liberdade e à propriedade” (John Locke).
· “Devemos dizer ao povo o que ele precisa saber e não o que ele gostaria de ouvir” (J. F. Kennedy).
· “O maior cuidado de um governo deveria ser o de habituar, pouco a pouco, os povos a dele não precisar” (Alexis de Tocqueville).
· “As leis abundam em Estados corruptos” (Tácito).
· “Não se deve confundir Estado forte com Estado grande” (Roberto Campos).
· “Quando os cidadãos temem o governo, temos uma ditadura; quando o governo teme os cidadãos, temos liberdade” (Thomas Jefferson).
· “Se pudermos evitar que o governo desperdice o trabalho das pessoas sob a pretensão de ajudá-las, o povo será feliz” (Thomas Jefferson).
· “Se tivesse que decidir se devemos ter governo sem imprensa ou imprensa sem governo, eu não vacilaria um instante em preferir o último” (Thomas Jefferson).
· “Mesmo o melhor dos governos não é mais que um mal necessário” (Thomas Paine).
· “Não há nada mais inútil do que fazer eficientemente aquilo que não se deveria fazer” (Peter Drucker).
· “O governo é um mau gerente” (Peter Drucker).
· “O menos ruim dos governos é aquele que se mostra menos, que se sente menos e a quem se paga menos caro” (Alfred de Vigny).
· “Dinheiro público é como água benta: todos querem colocar a mão” (Provérbio italiano).
· “A inflação é um imposto que se aplica sem que tenha sido legislado” (Milton Friedman).
· “Um governo é bom ou mau não só pelo que faz ou deixa de fazer, mas pelo que permite ou impede que se faça” (Jerry Brown).
· “Se os homens fossem anjos, nenhum governo seria necessário” (James Madison).
· “Pouco mais é necessário para elevar um Estado do mais baixo nível de barbarismo ao mais elevado grau de opulência do que paz, impostos leves e uma razoável administração da justiça” (Adam Smith).
· “Todo poder corrompe, o poder absoluto corrompe absolutamente” (Lord Acton).
· “Quanto mais proibições impuserem, menos virtuosas serão as pessoas” (Lao-Tsé).
· “É estúpido deixar as decisões sobre economia àqueles que não pagarão preço algum por equivocar-se” (Thomas Sowell).
· “O mercado não é uma invenção do capitalismo... É uma invenção da civilização” (Mikhail Gorbachev).
· “Todo governo que ousa fazer tudo, acaba fazendo nada” (Winston Churchill).
· “O vício inerente ao capitalismo é a divisão desigual das riquezas. A virtude inerente ao socialismo é a repartição igualitária da miséria” (Winston Churchill).
· “A diferença entre um estadista e um demagogo é que este decide pensando nas próximas eleições, enquanto aquele decide pensando nas próximas gerações” (Winston Churchill).
· “Não onere os negócios com custo alto ou com muitas regulamentações.
O resultado será o desemprego” (Margaret Thatcher).
· “O governo não pode dar nada ao povo que primeiro dele não tenha tirado” (Richard Nixon).
· “As leis inúteis debilitam as necessárias” (Montesquieu).
· “O governo não pode fazer os homens ricos, mas pode empobrecê-los” (Ludwig von Mises).
· “A lei não é o refúgio do oprimido,mas a arma do opressor” (Frederic Bastiat).
· “O governo e os negócios devem manter-se independentes e separados” (Calvin Coolidge).
· “Onde há muitas leis específicas é sinal de que o Estado está mal governado” (Isócrates. Isócrates mesmo: orador e retórico ateniense).
· “A diferença entre um Estado benfeitor e um Estado totalitário é questão de tempo” (Ayn Rand).
· “O melhor governo é aquele em que há o menor número de homens inúteis” (Voltaire)

Tiririca e Sarney


O Richard Nixon certa vez defendeu sua nomeação de um juiz reconhecidamente inadequado para a Corte Suprema americana com o argumento de que a mediocridade também precisava estar representada no tribunal. Perfeito. Todos os tipos de cidadãos devem ser representados numa democracia. Nesse sentido o recém-empossado congresso brasileiro talvez seja o mais representativo da nossa história.


Além dos medíocres, muitos outros brasileiros têm voz, ou pelo menos presença de terças a quintas, no Congresso. Alguns setores são até super-representados, como o dos grandes proprietários rurais e o dos milionários. Apesar destes pertencerem à menor minoria no país, têm uma bancada bem maior que a da maioria pobre. Mas, em geral, todos os eleitores brasileiros, todos os tipos e todas as características nacionais, têm representação em Brasília. Não lamente o novo Congresso, portanto. Eles são nós.

Tomemos o Tiririca e o Sarney. Os dois seriam exemplos, respectivamente, de desvirtuamento do processo eleitoral e de aviltamento dos costumes políticos, uma vergonha. Ou duas vergonhas. Tiririca um inocente transformado em legislador por uma galhofa, Sarney eternizando-se no comando do Senado pelo seu poder de manobra e de conchavo, um cordeiro e uma raposa representando os extremos da nossa desilusão com a fauna parlamentar.

Mas Tiririca não representa apenas os palhaços do Brasil. A galhofa que o elegeu é uma manifestação política, ou anti-política, que tem história no país e ou representa os que não sabem nada de nada e não querem saber, ou os que sabem tanto que votam em palhaços e rinocerontes para protestar.

De qualquer forma, os simples e os enojados também têm sua bancada. E existe algo mais brasileiro, folclórico e até enternecedor do que Sarney e seu amor pela mesa diretora? Falar mal do Sarney é um pouco como falar mal de um velho tio excêntrico, mas cujas peripécias divertem a família.
Tudo se perdoa e tudo se aceita com a frase “Que figura...”. O indestrutível Sarney representa a persistência do gosto nacional por “figuras”.

Mas há um caso flagrante de sub-representação no Congresso, além dos sem-terra e dos pobres. Quando o senador Paim olha em volta do senado não vê nenhum outro negro como ele a não ser um eventual garçom servindo o cafezinho. Nada é perfeito.

Veríssimo - Jornal O Globo - 6 de fevereiro de 2011

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Ressurgi das cinzas, caros leitores inexistentes!
E reestreio o meu humilde espaço com algo divertidinho!

OS DEZ MANDAMENTOS DE UM CINÉFILO

1- Amarás ver filmes sobre todas as coisas
2- Não apertaras o pause em vão
3- Guardarás seus Sábados e Domingos p/ sessões extras
4- Honrarás a 7ª arte
5- Jamais contarás o final dos filmes
6- Não perderas nenhum lançamento
7- Não furtarás pipocas alheias
8- Não pularás os trailers
9- Não desejarás os DVD's do próximo
10- Não comprarás nem locarás DVD's piratas. (BAIXAR PODE)


hahahaha